Museu do Samba leva professores de volta à "sala de aula" em programa de educação antirracista

O historiador Luiz Antônio Simas deu a aula inaugural do projeto voltado a educadores do ensino fundamental

O Museu do Samba deu início, no último dia 22 de março, ao projeto Samba na Sala de Aula, tendo como alunos 50 professores do ensino fundamental, em um curso de educação antirracista. O formato das aulas é diferente: um professor e um compositor com seu violão, intercalando palestra e música para os educadores da plateia. A aula inaugural foi dada pelo historiador e professor Luiz Antônio Simas.

Na sequência, os educadores ouviram a aula da professora Tayssa Menezes, com o tema "Mulheres no samba: protagonismo e resistência feminina". Sua apresentação contou com a participação de Wanderley Monteiro, compositor vencedor de oito sambas-enredos na Escola de Samba Portela e autor de sucessos como "Água de chuva no mar", gravado por Beth Carvalho. A capacitação para os professores acontece até o dia 5 de abril.

“O Museu do Samba existe há 24 anos e tem como compromisso a preservação dos legados do samba e da cultura preta ancestral e, para isso, nossas atividades vão além da realização de exposições e eventos culturais, incluindo capacitação de empreendedores negros e periféricos, assim como de educadores que possam multiplicar ações de combate ao racismo e de aplicação da Lei 10.639, que tornou obrigatório no currículo escolar o ensino de história e cultura afro-brasileira mas que, apesar de já ter 22 anos, ainda encontra muita resistência para efetiva implantação”, explica Nilcemar Nogueira, fundadora e diretora de projetos do Museu do Samba.

O programa Samba na Sala de Aula se baseia na implantação da Lei 10.639/2003, que prevê ensino de cultura afrobrasileira nas escolas e faz parte do projeto "Memória Social do Samba", realizado pelo Museu do Samba com patrocínios do Governo Federal - por meio do Ministério da Cultura e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) - e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por meio da Lei do ISS (Lei Municipal de Incentivo à Cultura) e do Programa Ações Locais da Secretaria Municipal de Cultura. O projeto conta também com apoio do Instituto Oi Futuro.