Projeto Samba Nego Miudinho chega ao município de Itaboraí
- jeanclaudiosantana
- 2 days ago
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A exposição itinerante “Samba Nego Miudinho”, projeto de educação antirracista do Museu do Samba, chega ao município de Itaboraí no próximo dia 26 de agosto. Composto por instalação artística, contação de histórias e sarau musical, o “Samba Nego Miudinho” estreia às 19h na Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres, com sessão para os alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos).
Depois a exposição ficará em cartaz no salão principal do centro cultural até o dia 06 de setembro, período em que serão realizadas atividades pedagógicas para alunos do município, com coordenação da Secretaria de Educação. A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres está localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, nº 305, no Centro de Itaboraí. A programação conta com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.
A contação de histórias e o sarau musical serão conduzidos pelo grupo Matriarcas do Samba, trio vocal formado por Selma Candeia, Vera de Jesus e Nilcemar Nogueira – respectivamente, filha de Antônio Candeia e netas de Clementina de Jesus e do compositor Cartola, três dos maiores ícones da história do samba e da MPB. No roteiro, o trio intercala histórias do samba, memórias da convivência familiar com seus ancestrais e um repertório de composições antológicas que abordam a história do samba e a contribuição do povo negro na formação da identidade cultural brasileira.

São obras como os sambas de enredo “Aos heróis da liberdade” (Império Serrano, 1969), “Kizomba – Festa da raça” (Vila Isabel, 1988) e “História pra ninar gente grande” (Mangueira, 2019), além de clássicos como “Alvorada” (Cartola), “A voz do morro” (Zé Kéti), “Dia de graça” (Candeia), “Cangoma me chamou (Clementina de Jesus), “Samba dos ancestrais” (Martinho da Vila) e “Sorriso negro” (Adilson Barbado/Jair/Jorge Portela), eternizada na voz de Dona Ivone Lara.
Já a instalação artística conta a história do gênero que é Patrimônio Cultural do Brasil por meio de painéis, gravuras, adereços e fantasias de carnaval, que podem ser vestidas pela plateia durante as apresentações. Os itens destacam as origens africanas da cultura do samba, a formação das agremiações carnavalescas, além de exaltar a importância e a força das mulheres para a valorização e a preservação da memória e das tradições do ritmo, da dança, da música e da gastronomia preta ancestral.
“O projeto foi desenvolvido pelo departamento Educativo do Museu como uma oportunidade e um meio para aplicação da Lei 10.639, que prevê o ensino da cultura afro-brasileira em nossas escolas; mas a proposta cresceu, acredito que pelo formato descontraído, que leva todos a participarem, se emocionarem e se identificarem com esta cultura de lutas, conquistas e muito valor artístico. É impressionante a adesão de crianças, adultos, profissionais de educação a este projeto tão necessário e, ao mesmo tempo, encantador”, revela Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e fundadora do Museu do Samba.