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A FORÇA
FEMININA
DO SAMBA

Com patrocínio do Banco Votorantim S.A, por meio da Lei de Incentivo à Cultura - do Ministério da Cultura, o Museu do Samba apresenta a exposição:  “A FORÇA FEMININA DO SAMBA” com curadoria de Nilcemar Nogueira. 

No samba, como em muitas comunidades africanas desde a antiguidade, a mulher é figura central. É a forte presença das Yabás e Candaces – divindades e rainhas guerreiras.
 
O samba carioca nasceu, cresceu e vive fortemente influenciado por personagens femininas sábias, militantes e provedoras, representadas pelas “tias” quituteiras, lavadeiras, compositoras, partideiras, cantoras e mulheres que atuam na preservação e celebração da nossa memória histórica ancestral.
 
A exposição A FORÇA FEMININA DO SAMBA celebra o grande matriarcado do samba. O acervo reúne a historiografia do samba sob a liderança de mulheres negras como Tia Ciata, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Leci Brandão e muitas outras.

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O Museu do Samba possui um acervo com mais de 160 depoimentos de grandes referências do samba:

ROSA MAGALHÃES

Nascida e criada no bairro de Copacabana, Rosa Lúcia Benedetti Magalhães se consagrou como uma das maiores carnavalescas do Rio de Janeiro na história dos desfiles das escolas de samba. Foi uma das alunas do professor e carnavalesco Fernando Pamplona, na Escola de Belas-Artes (EBA). Artista plástica, cenógrafa e figurinista, Rosa Magalhães tornou-se também professora de cenografia e indumentária. A carnavalesca com mais títulos na era Sambódromo fez passagem, ao longo dos mais de 40 anos produzindo desfiles, por várias escolas de samba, porém as mais significantes foram na Imperatriz, onde venceu cinco vezes, e no Império Serrano, com o clássico enredo “Bumbum Paticumbum Prugurundum” (1982).

MARIA MOura

Filha do Rio Comprido, Maria Moura cresceu na fogueira do samba da Praça XI. Advogada e enfermeira, Maria Enésia Alves de Moura foi presidente da ala das baianas da Imperatriz Leopoldinense na década de 80 e, tempos depois, entrou para a Velha Guarda do Império Serrano. Criou a ONG Abarajé, protegendo o espaço de atuação das baianas no Rio de Janeiro. Além de ser defensora dos direitos da população negra, atuante como Griô, e praticante do candomblé há mais de 60 anos. Fez a lavagem das baianas na Pedra do Sal e Marquês de Sapucaí. Participou do momento inicial de criação do Centro Cultural Cartola.

VILMA
NASCIMENTO

Vilma Victorio do Nascimento foi porta-bandeira da Portela nas décadas de 60 e 70. Participou também da fundação da escola de samba Tradição. Sua trajetória começou na União de Vaz Lobo, porém recebeu notoriedade ao carregar o pavilhão da Águia de Madureira. Vilma Nascimento teve um grande amigo, conhecido como Natal, que a incentivava a desfilar na Portela. Conhecida como o “Cisne da Passarela”, conquistou três prêmios estandartes de ouro e diversos títulos por sua escola e é referência para diversas porta-bandeiras de gerações posteriores.

squel Jorgea

Neta do sambista Xangô da Mangueira, Squel Jorgea Ferreira da Silva começou a desfilar ainda criança na Acadêmicos do Grande Rio, escola do coração do pai, embora a paixão da mãe fosse pela verde e rosa. Começou como baianinha, depois passista, mas foi segurando o pavilhão da Grande Rio, pela primeira vez, como porta-bandeira mirim, que ela começou a escrever sua história. Em 2002, assumiu o posto de primeira porta-bandeira da agremiação, aos 18 anos. Também passou pela Mocidade Independente de Padre Miguel, mas consagrou-se na Estação Primeira de Mangueira, sendo duas vezes campeã do carnaval carioca. Vencedora de dois Estandartes de Ouro e do Tamborim de Ouro, atualmente, representa a Portela.

RUÇA

Sambista e Revolucionária, Lícia Maria Maciel Caniné, mais conhecida como Ruça, começou a desfilar como baiana pela escola de samba Unidos de Vila Isabel e, tempos depois, se tornou a madrinha de bateria. Para além de ser apenas a ex-esposa de Martinho da Vila, ela foi presidente da Unidos de Vila Isabel, militante do PCB e vereadora pela cidade do Rio de Janeiro entre 1989 e 1993. Durante a sua gestão importante, entre 1987 e 1990, a Vila Isabel conquistou o seu primeiro campeonato, em 1988, com o emblemático enredo “Kizomba, Festa da Raça”.

leci brandão

Nascida na Estrada do Portela, em Madureira, Leci Brandão da Silva é neta, filha e afilhada de três mulheres mangueirenses. Cantora e compositora, Leci Brandão foi uma das primeiras mulheres integrantes da ala de compositores da Mangueira. Entre suas composições mais conhecidas, destaca-se “Zé do Caroço” e “Isso É Fundo de Quintal”. Além de sambista, também foi conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ativista social, filiada ao PCdoB, foi eleita deputada estadual do estado de São Paulo. Ganhadora de vários prêmios, foi homenageada em 2019 por sua escola, Mangueira, com os versos: “Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões…”

TIA NADYR

Nadyr Amâncio, ou Tia Nadyr, nasceu em Engenho de Dentro, morou em Madureira e se mudou com cinco anos de idade para Nilópolis, quando ainda se chamava São Mateus. Criada por sua avó Perciliana, líder de terreiro, Nadyr foi fundadora da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis e viveu os tempos difíceis desde quando ainda era um bloco modesto, sendo a primeira integrante feminina. Seu marido chegou a ser baliza do bloco, mas ela não se interessava em ser a porta-bandeira. Ela era apaixonada por sua escola e defendia os seus fundamentos. Desfilava como baiana e foi costureira das fantasias das baianas da escola.

LYGIA SANTOS

Lygia de Oliveira dos Santos, ou apenas Lygia Santos, é filha da cantora Zaíra de Oliveira e do sambista e compositor Donga. Advogada, Museóloga e Pesquisadora, foi a autora do livro “Paulo da Portela – Traço de união entre duas culturas” (1980), além de professora que falava sobre samba em suas aulas. Também foi integrante do primeiro conselho do Museu da Imagem e do Som com o Ricardo Cravo Albin, jurada do Estandarte de Ouro e pesquisadora participante do processo de titulação das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro como patrimônio cultural do Brasil.

NÃNÃNA DA MANGUEIRA

Mais conhecida como Nãnãna da Mangueira, Lorenilde de Lima nasceu no Morro da Favela, na Central do Brasil, o primeiro morro habitado no Rio de Janeiro. Na Mangueira, desfilou primeiro como baiana e, depois, se tornou passista. Foi rainha de bateria na Mocidade Alegre, escola de samba de São Paulo, em 1972, sendo considerada a primeira passista a desfilar a frente da bateria. Na música, começou a cantar na Rádio Nacional desde a sua infância e, em 2013, lançou seu álbum “Caminho de Rosas”, cuja primeira música, chamada “Minha História”, resume um pouco da sua história de vida.

helen maria

Nascida em uma família de sambistas, Helen Maria da Silva Simão, a Mestre Helen, foi a primeira mulher brasileira a comandar uma bateria de escola de samba. Estreou à frente de uma bateria no extinto G.R.E.S Unidos do Uraiti, onde permaneceu entre os anos de 2009 e 2011. Depois, atuou na União de Vaz Lobo. Atualmente, preside a bateria feminina Top de Linha. Pioneira, conquistou prêmios e foi tese de estudos acadêmicos, desenvolvendo projetos na área e realizando cursos de percussão para as novas gerações do samba

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